segunda-feira, 7 de julho de 2014

Independência do Haiti

Uma pequenina ilha do centro da América era responsável por demasiados e singulares processos de independência de nosso continente, isso tudo em meio aos conflitos que movimentavam a Revolução Francesa na Europa. O Haiti era um grande exportador de açúcar, e era controlado por uma elite pequena de homens brancos, proprietários de terra, que eram também, responsáveis pela mão de obra escrava na região. Sendo membros da elite ou escravos, todos queriam da revolução, dar fim às exigências que eram impostas pelo pacto colonial da França.
Enquanto a elite buscava expandir suas economias para interesses próprios, os escravos africanos queriam uma execução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade vindos da França revolucionária. Em meio a tais contradições, o Haiti se preparava para o seu processo de independência.
Em 1791, uma mobilização composta por escravos, mulatos e ex-escravos se uniu pretendendo dar fim ao domínio da elite branca que controlava os poderes e instituições políticas do local. Sob a atuação do líder negro Toussaint Louverture, os escravos conseguiram tomar a colônia e acabar com a ordem vigente. Três anos depois, quando a França esteve dominada pelas classes de população, o governo da cidade decidiu extinguir a escravidão em todos os lugares possíveis. Neste momento, os escravos haitianos já haviam conseguido a sua liberdade. Entretanto, as lutas que causaram a estabilização dessa nova realidade estaria longe de chegar ao seu fim. No ano de 1801, Louverture delineou uma nova impulsão que proporcionou a liberdade para os escravos da região da ilha de colonização espanhola, que hoje é a República Dominicana.
Enquanto isso, Napoleão Bonaparte assumia a França e se mostrou contrário a perda desse importante domínio de colonização. No ano de 1803, Bonaparte mandou um grande exército sob o comando de Charles Leclerc, que, conseguiu deter Toussaint Louverture. Logo, o líder da revolução acabou morrendo em uma prisão da França. Apesar dessa grande derrota, os revolucionários haitianos tiveram ajuda da liderança de Jacques Dessalines para combater as forças do exército francês e, finalmente, proclamar a independência do Haiti. Então, Dessalines foi alteado à condição de imperador do país. Só no ano de 1806, quando Dessalines foi traído e assassinado por Alexandre Pétion e Henri Christophe, o Haiti passou a adotar o regime republicano.
O reconhecimento da independência daquele país só aconteceria no ano de 1825, quando o governo francês recebeu uma indenização de 150 milhões de francos. Depois disso, mesmo vivenciando diversos problemas, a notícia da independência no Haiti inspirou a revolta de escravos em diferentes regiões do continente americano. A Revolução Haitiana, também conhecida por Revolta de São Domingos (1791-1804) foi um período de conflito brutal na colônia de Saint-Domingue, levando à eliminação da escravidão e a independência do Haiti como a primeira república governada por pessoas de ascendência africana.
Apesar de centenas de rebeliões ocorridas no Novo Mundo durante os séculos de escravidão, apenas a revolta de Saint-Domingue, que começou em 1791, obteve sucesso em alcançar a independência permanente, sob uma nova nação. A Revolução Haitiana é considerada como um momento decisivo na história dos africanos no novo mundo. A Independência do Haiti foi conquistada no século XVIII. O Haiti (São Domingos), colônia francesa do Caribe, era o maior produtor mundial de açúcar. Essa rica colônia também exportava rum (bebida alcoólica feita de caldo de cana) e algodão. Tudo baseado na plantation escravista. 
Os escravos africanos eram submetidos a uma exploração desmedida. O trabalho era muito exaustivo e os castigos não paravam. Tudo isso foi alimentando o espírito de revolta. A Revolução Francesa de 1789 estimulou a rebelião. Em 1791, um negro chamado Toussaint Louverture liderou a mais gigante revolta de escravos da História das Américas. Era um bom general, ele comandou um exército de milhares de homens. Em 1794, os revolucionários franceses jacobinos decretaram a abolição da escravatura nas colônias. Mas em 1802, as tropas napoleônicas desembarcaram na ilha e provocaram um banho de sangue. Louverture foi preso e levado para a França, onde faleceu. Toda a repressão não foi suficiente. Em 1804, o Haiti conquistava a independência e a abolição da escravatura. Mas o preço tinha sido muito alto. A economia estava arrasada e até hoje o país é um dos mais pobres do mundo. O Haiti foi o primeiro país latino-americano a declarar-se independente. Negros e mulatos se unem sob a liderança de Toussaint L'Ouverture e, mais tarde, do ex-escravo Jean-Jacques Dessalines e combateram as tropas francesas até a proclamação em 1 de janeiro de 1804. Dois anos depois Dessalines é deposto e morto e o país tem o controle dividido entre Henri Christophe, ao norte, e Alexandre Pétion, ao sul. A unificação do país só acontece em 1820 sob o governo de Jean-Pierre Boyer. O período mais sombrio na história do Haiti começou em 1957 com a ditadura de François Duvalier (o Papa Doc). O regime montou um aparato de repressão militar que perseguiu seus opositores, torturando-os e assassinando muitos deles. A repressão era encabeçada pela milícia secreta dos tontons macoutes, cuja tradução é "bichos papões".
O Papa Doc foi assassinado em 1971. Seu filho Jean Claude Duvalier, o baby doc, deu continuidade ao regime de terror imposto pelo pai, governando até 1986, quando foi deposto por um golpe comandado pelos militares, que assumiram o poder, sucedendo-se no governo por vários anos. A esperança de redemocratização surgiu em 1990, quando ocorreram eleições livres e a população elegeu o padre Jean-Bertrand Aristide para presidente da república. Como já foi dito anteriormente, a Revolução Francesa incentivou a emancipação do Haiti, isso porque o ideal de: “Liberdade, igualdade e fraternidade” lema da revolução não incluía os habitantes que viviam nas colônias francesas como o Haiti, por exemplo, fato que manifestou as primeiras reações populares, e em uma consequente independência, que dentre outras consequências aboliu da ilha a escravidão. 



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